sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Vida Após a Morte
Muitos pensam que morrer é mais fácil que viver, na verdade a morte tem sido uma saída para aqueles que não agüentam suas vidas, na confiança de que suas almas descansarão em paz. Mas não há como ter certeza disso, a fé, as crenças religiosas, são as coisas que fazem uma pessoa ter certeza na vida após a morte, por mais que não seja comprovado, ela acredita.
Muitos precisam de provas para acreditar, como a teoria do Big Bang que explica o surgimento do universo ou a evolução que mostra a raça humana evoluindo com o passar dos anos, mas teria como explicar a morte? Criar uma teoria para a vida após a morte?
A reencarnação sugere uma vida recomeçada na terra, nasceríamos purificados e assim nos livraríamos do mal que esta na nossa pele. Mas existe um fim para reencarnação, um último estado, o “nirvana”. Fui a fundo neste assunto e descobri que a purificação consiste em se deixar os desejos humanos, ou seja, bens matérias, relações com as pessoas, não mais pensar, não mais respirar, não se amar mais nem se ter personalidade ou identidade, esse é o nirvana. Não creio que esse seja um fim que algum ser humano queira já que nossos sentimentos e nossa personalidade fazem a diferença entre um animal e uma pessoa. A varias teorias sobre reencarnação em doutrinas orientais, Nova Era, budismo e etc.
Os ateus, eles acreditam que não há nada fora do mundo físico (físico-químico), acreditam no que podem ver no que pode ser comprovado através da ciência. Qualquer fonte de sabedoria fora da ciência é tratada como irracional, e é claro não se podendo ver, nem tocar ou medir a alma concluía que ela não existe e tampouco a vida após a morte.
Os judeus, os muçulmanos e os cristãos acreditam na vida após a morte, na vida eterna com Deus. Que haverá apocalipse e Deus voltará para buscar seus filhos, pessoas boas e criaram uma sociedade de amor e paz.
Muitas pessoas têm medo da morte, não gostam de falar nem ler nada a respeito apenas a ignoram, mas quem perdeu um amigo ou alguém da família pensa nisso. Essas são algumas teorias que existem sobre a vida após a morte, agora qual seguir, só você pode decidir.
Por Thiago Norvico
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Futurismo
Hoje fiz uma parábola em relação à essas opções e ao tempo: Por que será que o computador interpreta o 'amanhã' como uma questão de milésimos de segundos e o infinito, o ''nunca mais'', como um breve momento até a próxima vez que o computador é ligado? Clicar em ''nunca mais'' me incomoda, pois sinto o gosto da eternidade por breves momentos e no dia seguinte esse gosto se desmancha e transforma-se em cinzas. Tento de todo modo me livrar dessa mentira, desse exagero que me é passado por um programa de computador que desperdiça as palavras ''eternidade'' me passando uma mensagem equivocada.
Não quero me prender à hipérbole que me é ofertada diariamente; só tenho uma opção - mergulhar na eternidade, dia após dia...não quero a eternidade, quero a brevidade. Renego tudo que me dá o infinito, busco ser na vida um automóvel último modelo, sentir tudo de todas as maneiras e, depois de experimentar emoções extremas - ainda no auge da vida, finito como sou, retornar ao pó.
Por Alvaro Scorza
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
O Único Caminho
Chegando em casa ele adormece, e se vê andando em uma escuridão profunda com o mesmo frio dilacerante que ele sentia naquela noite. No meio da escuridão apareceu uma porta, era único caminho para ele seguir, então ele abre e vê todas as coisas do passado, todos os momentos felizes, tudo que vagava pela sua mente, tudo que ele queria de volta, por incrível que pareça só de olhar para o passado trazia uma felicidade então ele resolve atravessar a porta mais uma força o impede e o arremessa longe, a porta se fecha, e mais o uma vez ele esta na escuridão profunda, então se levanta e corre para encontrar a porta, nem parece que esta saindo do lugar mesmo assim ele se esforça e encontra a porta mais essa é diferente, ele abre, e vê seu passado recente, se vê andando na rua pela noite fria, ele usa o braço e percebe que essa porta ele pode atravessar então outra porta aparece, e se abre, era o porta do passado, mais uma vez ele tenta mais não consegue atravessá-la, diante das duas portas ele fica parado sem saber o que fazer, então ele acorda seu coração parecia que iria saltar do seu peito nunca teve um sonho assim.
O homem foi à cozinha tomar um copo de água para se acalmar e pensando muito sobre o sonho ele tinha duas portas mais só podia atravessar uma, não tinha muita escolha, mesmo assim no sonho ele continuou parado. Assim era sua vida, ele queria as coisas boas do passado, mais não podia, tinha que seguir em frente. Quantas pessoas se encontram assim, ignorando o único caminho, perdidos na escuridão, sua única escolha é seguir em frente.
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Ramsés II
"Sou Ramsés II, rei dos reis. Olhem meu trabalho, aqueles que se julgam poderosos, e tremam."
Nada resta por perto. Ao redor das ruínas desses destroços colossais, a areia branca se estende, nua e sem fronteiras, até onde a vista alcança.
Nós nos intrigamos, assim como algum caçador pode se intrigar quando, no futuro, parado sobre o local onde um dia reinou nossa civilização, indagar que civilização poderosa mas sem registros habitou aquele lugar aniquilado.
Por Alvaro Scorza (baseado em Shelley (Ozymandias)/ Smith (On a Stupenduous Leg....)
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
A Barca
D. e J. fumavam um cigarro na parte exterior da barca enquanto P., o mais jovem dos três, apenas olhava e conversava com os amigos. A cada vez que o mar balançava a barca, D. tinha que segurar com mais força a porta, estando seu corpo do lado de fora e seu braço dentro da barca, oferecendo-lhe proteção. J., por sua vez, encostava-se em um arco que é usado na hora do desembarque e olhava a água que a barca empurrava para trás. P. apenas observava-os encostado temerosamente contra a parede exterior.
Ansiosos, riam e brincavam enquanto a barca não alcançava seu destino. Os três iam assistir o show de uma banda alternativa de que gostavam e cada um estava imerso em sua própria realidade, compartilhando as boas vibrações que sentimos quando estamos na presença de amigos. J. sempre fora o sortudo dos três, aquele que foi atropelado enquanto andava de skate e levantou rindo, aquele que sempre subia no galho mais alto ao escalar uma árvore e saía ileso. Nuvens de fumaça ficavam para trás a cada baforada de J. em direção ao mar e à escuridão que a barca deixava pra trás.
D. comentava naquele momento sobre o jeito peculiar do guitarrista da banda que iam ver tocar. Este guitarrista gostava de tocar e pular em uma perna só, animando o público com seu jeito de universitário - barba densa e visual desleixado. J., inconscientemente, se afastou do arco em que estava encostado e foi imitar. Todos riram, mas nesse momento a barca sofreu um violento baque que fez D. segurar-se com toda força e P. abaixar, perdendo tudo e todos do campo de visão. Ao levantarem e recobrarem a noção de equilíbrio, J. havia sumido. D. riu:
- Ih, o J. caiu da água.
Nisso, P. falou:
- D.! Os motores!
As risadas transformaram-se em um olhar vazio e catatônico fitando o lugar em que J. havia estado um minuto atrás.
Por Alvaro Scorza
domingo, 16 de novembro de 2008
Ironia
A última vez que ficamos foi quinta-feira.
Era uma noite úmida, a garoa teimava em cair imediatamente minguando até desaparecer por mais alguns minutos, quando caía novamente; a Lua iluminava e eu encontrei esta menina em uma praça.
Sentamos em uma mesinha e ela se aninhou no meio dos meus braços. Ficamos lá por volta de duas horas e nos despedimos com um beijo. Ela falou que queria sair comigo de novo e eu não falei nada.
Quando cheguei em casa, briguei com minha família por ter chegado tarde. Ela valia a pena eu ter brigado com minha família, mas eu nunca diria isso. Nem pra ela, nem pra minha família, nem pra mim mesmo em voz alta.
Quando chegou sexta-feira, ela começou a namorar. Alguns que lerem isso poderão pensar:
- Ela fez isso por sua frieza.
Não, ela não fez isso por minha frieza, simplesmente pq eu não era frio. Eu não dizia tão facilmente essas palavras bonitas, mas os gestos diziam muito bem o que eu não expressava verbalmente.
É engraçado ver essa dicotomia e pensar no desconcerto do mundo que foi discutido por Camões. Segundo ele, o mundo estava às avessas, pois os bons sofriam penas injustas e os maus eram agraciados com a boa sorte. Pois esse mundo desconcertado de Camões está nesses pequenos detalhes: aquela que mais demonstra seu sentimento está, na verdade, mentindo e aquele que não demonstra tais sentimentos sofre com a perda.
Por Alvaro Scorza
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Um sábado qualquer
- Do jeito que você fala, até parece que ainda o ama - disse para a mãe.
A mãe, dona-de-casa; o pai, policial e alcoólatra. O rapaz tentava desafiar o pai, mas este revidava na mãe e na irmã menor.
Estava caminhando pela rua naquele dia quando veio o caminhão. Ele nem chegou a perceber a monstruosidade de metal enquanto atravessava a rua - sua mente estava muito focada em seu pai. O motorista não teve culpa, pois o rapaz achou que o tempo havia parado naquele sábado, tinha tanta certeza que o tempo estava congelado que atravessou a rua sem olhar para os lados.
O enterro do jovem foi no dia seguinte; sua família - inclusive o pai - disse algumas palavras sobre as virtudes do rapaz. Na volta para casa, pararam no mercado para comprar ração de cachorro.
O tempo não havia parado para eles também.
Por Alvaro Scorza(visão em um sonho - dia 14/10/2008)
sábado, 18 de outubro de 2008
Planeta Em Extinção

O Mundo poderia ser bem melhor não fossem as pessoas que vivem nele, pessoas mentem, são hipócritas, sugam o planeta sem se preocupar com o mal que será causado, pensam que o fato de poder pensar diferente é uma desculpa por decisões erradas e egoístas, pensam que depois de morrer suas almas irão descansar em paz por terem ajudado uma pessoa necessitada, pura hipocrisia! O mundo seria muito melhor se as pessoas fossem justas, o egoísmo e a ignorância predominam de uma forma tão absurda na humanidade que fica difícil de acreditar em boas ações altruístas. Desastres naturais para mim é uma forma de a natureza nos avisar que estamos destruindo o mundo em que vivemos, não só as pessoas que estão nele. Como as pessoas poderiam ser? Talvez pensar mais antes de tomar decisões e ter caráter, isso é o principal e tem faltado. Pode parecer estranho essa forma de ver como esta o mundo, mais somos responsáveis por isso, parece que quanto mais à raça humana evolui mais se destrói, se for assim quanto tempo tem planeta? É um caso a ser pensado como estamos cuidando do planeta é nossa responsabilidade é pensar grande saber que se você joga uma garrafinha no mar outras pessoas também podem jogar, multiplique isso por cem, mil, milhões, bilhões, trilhões de pessoas fazendo a mesma coisa e o resultado é o caos que o planeta se encontra. Cuide bem do planeta caso você não saiba você vive nele.
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Fantasias
Por Alvaro Scorza
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
O Apito
...Quando eu era uma criança de sete anos de idade, meus amigos, em um feriado, encheram meu bolso de níqueis. Eu fui direto à uma loja onde vendiam brinquedos para crianças e, encantado com o som de um apito, o qual tinha visto nas mãos de outro garoto, voluntariamente ofereci e dei todo o meu dinheiro por um igual.
Voltei para casa e apitei por todos os cômodos, muito satisfeito com o som do meu brinquedo mas perturbando toda a família. Meus irmãos, irmãs e primos, entendendo a barganha que tinha feito, me disseram que eu paguei quatro vezes mais pelo que o apito valia, colocaram em minha mente quantas coisas boas eu podia ter comprado com o resto do dinheiro e riram tanto de mim que chorei de vergonha.
A reflexão me diz que, no geral, essa experiência me deu mais tristeza do que o apito tinha me dado felicidade.
Esta impressão, no entanto, teve uso posterior para mim; geralmente quando tenho vontade de comprar alguma coisa desnecessária, digo para mim mesmo: "Não pague demais por seu apito" e economizo o dinheiro.
Conforme cresci e observei o comportamento dos homens, pensei ter conhecido muitos, muitos que "pagavam demais por seus apitos".
Quando vi um ambicioso demais por posições hierárquicas sacrificando seu tempo, seu repouso, sua liberdade, sua virtude e até mesmo seus amigos em nome de leviandades, disse para mim mesmo: "Esse homem paga demais por seu apito".
Quando vi um adorador de publicidade empregando seus esforços constantemente em ocupações políticas, negligenciando sua própria vida e arruinando-a por conseguinte: "Ele paga, de fato, - disse eu - demais por seu apito".
Se conhecesse um miserável que desistiu do conforto de sua vida, do prazer de fazer o bem para terceiros, a estima dos companheiros e a alegria da amizade benevolente em nome de acumular riquezas, diria: "Pobre homem, você paga demais por seu apito".
Encontrei um bon vivant, adorador de belas roupas, belas casas e bela mobília, tudo acima de seu patrimônio, pelo qual contraiu muitas dívidas e terminou sua vida em uma prisão. Disse eu: "Por Deus, ele paga caro, muito caro, por seu apito".
Quando conheci um homem adorador dos prazeres carnais que sacrificava seu tempo, o qual podia estar sendo gasto com sua mente, e seu dinheiro com meras sensações corpóreas, assim arruinando sua saúde: "Homem errante, - disse eu - você está ganhando dor ao invés de prazer, você paga demais por seu apito".
Se vejo uma garota doce, meiga e bela com um bruto companheiro de natureza ruim, penso comigo mesmo: "Que pena, ela paga demais por seu apito".
Resumindo, eu penso que grande parte das misérias da humanidade são trazidas por aqueles que avaliam erroneamente o valor das coisas e acabam dando demais por meros apitos. Ainda assim, deve-se ter compreensão acerca desses fatos, pois existem coisas tão tentadoras que, se pudesse oferecer um valor, certamente estaria arruinado na compra e novamente teria dado demais por um simples apito.
Benjamin Franklin (adaptado por Alvaro Scorza)
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
A Ignorância Cega
por Thiago Norvico
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Amor, sentimento ou apenas uma palavra?
Com quais atos podemos definir o amor?
Não mentir, ser sempre verdadeiro?
Compreender os erros das pessoas?
Fazer uma boa ação sem querer nada em troca?
Gostar de alguém, mesmo a pessoa te odiando?
Confiar plenamente?
Até que ponto podemos acreditar no amor? Imaginar que um casal apenas esta acostumado um com outro, e que quando esse costume vira um tédio, a pessoa quer mudar, é da natureza do ser humano querer mudanças para uma vida melhor. Como acreditar no amor de pai e mãe, quando vivemos em uma época que muitos dos pais descartam a vida do seu próprio filho. Como acreditar no amor sabendo que as pessoas o produzem, e como todos sabem muitos mentem e enganam para conseguir o que quer, a confiança pode ser o primeiro passo para uma decepção.
Talvez as pessoas levem a palavra amor muito a sério, talvez seja apenas uma palavra somente para descrever um momento, assim como felicidade ou tristeza, ou amor pode ser tudo, só que tão poucas pessoas o conseguiram que é difícil descrever o que é, muitos dizem que atos falam mais do que palavras, quando é demonstrar o amor para alguém isso fica bem difícil, curioso é como amor pode se misturar com outros sentimentos como felicidade e tristeza ou até mesmo ódio, olhando por esse lado o amor pode ser descartado, se você estiver feliz, o amor se torna desnecessário já que ele não é a fonte da sua felicidade, há como ser feliz sem amor?
Talvez a maioria das pessoais sejam felizes sem amor, elas apenas vivem suas vidas e são felizes assim. Se amor entre um homem e uma mulher é tão importante, pessoas que não se casam ou não tem um relacionamento são infelizes? O amor é realmente é um dos sentimentos mais intrigantes que existe, nem atos ou palavras podem demonstrar o amor de fato, acho que isso que o torna mais interessante.
Por Thiago Norvico
terça-feira, 30 de setembro de 2008
Pensamentos...
Ou você tem alguma esperança de obter a pessoa amada ou não tem. Assim, no primeiro caso, faça todo o esforço para realizar essa esperança e chegar ao cumprimento dos seus votos; no segundo, tome uma resolução viril, procurando livrar-se de um sentimento funesto que consumirá inevitavelmente todas as suas forças.
Sobre o crime:
É verdade que o roubo é um crime; mas ohomem que se torna ladrão para salvar-se e salvar os seus de morrer de fome merece a compaixãoou o castigo? Quem atirará a primeira pedra no esposo que, numa explosão de cólera justa, mata a esposa infiel e o infame amante; na jovem que, num momento de vertigem, se abandona à ebriedade irresistível do amor?
Sobre a paixão pelas palavras e estórias (ou pela a primeira impressão):
Um autor estraga a sua obra, revendo-a e corrigindo-a para uma segunda edição, pois ela nada ganha quanto ao conteudo poético. A primeira impressão nos encontra em estado passivo a tal ponto, que o homem pode aceitar as coisas mais inverossímeis; e, como se fixam fortemente no seu espírito, ai daqueles que depois pretendam apagá-las ou arrancá-las!
Sobre as pessoas desagradáveis:
A lentidão e os escrupulos exagerados me enervam. Essa gente torna a vida desagradável para eles próprios e para os outros. Mas é preciso resignar-se a isso como o viajante se resigna ao ter de transpor uma montanha. É verdade que o caminho seria mais curto e mais comodo se não fosse a montanha; mas a montanha existe e é preciso seguir viagem!
Sobre a mistura de amor e ódio, seguem os relatos de um homem que amava e não foi correspondido, tendo perdido o amor de sua companheira:
Um dia, sabendo que ela se achava num quarto do andar superior, foi procurá-la, ou por outra, sentiu-se atraído para ela. Repelido em suas declarações, quis violentá-la. Não sabe como isso aconteceu. Toma Deus em testemunho de suas intenções honestas: o que desejava, e desejava-o ardentemente, era desposá-la e passar junto dela o resto da vida. Depois de falar algum tempo, calou-se subitamente como um homem que tem ainda alguma coisa a dizer, mas não ousa. Por fim, confessou-me com a mesma timidez as familiaridadezinhas que ela lhe permitiu e a intimidade que acabou por autorizar entre ambos. Por duas ou três vezes ele se interrompeu, protestando vivamente que não dizia isso para "desprezá-la", que a ama e estima como antes, que nada do que me contou havia contado a outrem, que me dissera tudo para convencer-me que de modo algum é um homem perverso ou insensato. . .
Por Alvaro Scorza
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Sobre a Brevidade da Vida
A vida, no entanto, é extremamente curta. Uma drosófila (espécie de mosca) vive 18 horas. Para a filosofia dessa mosca (se é que moscas tem filosofia) a vida dura apenas 18 horas: começa ao raiar do Sol e termina quando está escurecendo ou nascem na escuridão e encontram seu fim com a claridade. Eu vejo minha vida como as 18 horas da drosófila: vejo meus amigos e lembro de um passado em que a infância era perfeita, vejo as gerações passarem.... Alguns dos que cresceram comigo agora tem filhos e os que eram crianças quando eu já tinha idade pra diferenciar o bem e o mal agora estão escolhendo suas carreiras, crescidos, parte da sociedade. Tenho amigos que já morreram e, assim como o curso da vida, logo me juntarei a eles. E assim tão logo, todos estaremos juntos e nosso tempo nesse mundo terá expirado. Não podemos esperar uma vida centenária nem almejar a imortalidade de Aquiles e outros heróis homéricos que, ainda que mortais, adquiriram vida eterna nas páginas de livros.
Sou professor de inglês e espero poder viver o suficiente pra ver aqueles que ensinei colherem os frutos do estudo e se tornarem, assim como eu espero ser, funcionais. O que podemos esperar de pessoas que se matam por comida, de políticos corruptos, de drogados, prostituição, escravos com menos de 10 anos? Toda a nossa sociedade, assim como a das drosófilas, estará extinta quando o tempo certo vier, quando todos estivermos enterrados e os nossos filhos e os filhos dos nossos filhos já tiverem partido, o que poderemos dizer que conquistamos? Podemos ser felizes com a reflexão de termos tido uma boa vida e cumprido tudo aquilo que trouxe alegria pra alguém e nós mesmos, o ocasional sorriso de uma bela mulher e, hora ou outra, uma melodia que ouvimos e nos traz felicidade.
Por Alvaro Scorza