Havia brigado com os pais mais cedo naquele sábado.
- Do jeito que você fala, até parece que ainda o ama - disse para a mãe.
A mãe, dona-de-casa; o pai, policial e alcoólatra. O rapaz tentava desafiar o pai, mas este revidava na mãe e na irmã menor.
Estava caminhando pela rua naquele dia quando veio o caminhão. Ele nem chegou a perceber a monstruosidade de metal enquanto atravessava a rua - sua mente estava muito focada em seu pai. O motorista não teve culpa, pois o rapaz achou que o tempo havia parado naquele sábado, tinha tanta certeza que o tempo estava congelado que atravessou a rua sem olhar para os lados.
O enterro do jovem foi no dia seguinte; sua família - inclusive o pai - disse algumas palavras sobre as virtudes do rapaz. Na volta para casa, pararam no mercado para comprar ração de cachorro.
O tempo não havia parado para eles também.
Por Alvaro Scorza(visão em um sonho - dia 14/10/2008)
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
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2 comentários:
Nossa
O.O
que coisa mais trevosa e mais triste
Adorei!
Inclusive a forma de escrita, o ritmo da narrativa. Na boa, as palavras tão deslizando.
=)
Gosto de continhos assim.
Beijo, biscoitinho!
Biscoitinho biscoitinho
escreve mais textinho?
iahiahiahiahiahiahiahiahiahia
=*
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